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As lendas do Velho Chico

Num passado distante

Do Velho Chico beirais

Muitas aldeias, vilas

Nos povoados tais

Era a crença do povo

Isso contava meus pais

 

Livusia na gameleira

Assombra alma penada

Rasga mortalha que via

Acauã dando risada

O medo do homem vivo

Isto é causo e mais nada

Sinopse

As Lendas do Velho Chico, é um trabalho de pesquisa realizado por Orlamara Andrade em quatro cidades no território velho chico - Ibotirama, Paratinga, Muquem de São Francisco e Morpará. Orlamara Andrade, Gilberto Morais, Joilsom Melo e a Cia. de Teatro Mistura foram convidados entre 2012 a 2013 para participar do Projeto Redemoninho Cultural: Circulando com a Cultura Popular da Associação Mãos dadas do Alto do Fundão que só aconteceu durante três meses. 

 

A Cia de Teatro Mistura, utilizou como base a pesquisa de Orlamara Andrade e construiu as etapas de criação do espetáculo As Lendas do Velho Chico, assumindo com o trabalho e as despesas de figurinos, cenários, material gráfico. Além de envolver outras linguagens artísticas como músicas, áudio visual, equipamentos de circo, literatura de cordel, poesias e o próprio teatro. Este trabalho é voltado para a valorização da cultura ribeirinha as margens do Rio São Francisco, contando lendas, causos e contos. É um marco divisor de água para a Cia Teatral Mistura, por que todo espetáculo passou por um processo de criação e produção da sua equipe, dedicando-se a cada detalhe da pesquisa, poesias, músicas, vídeos, figurinos um achado que transformou o fazer teatral da trupe e consequentemente da produção teatral de Ibotirama. Fazíamos um teatro clássico, com textos reflexivos, informativos e dramáticos. Internamente o grupo pedia mais, então decidimos irmos em busca de um referencial para o grupo, estudamos vários textos, fizemos várias experiências. Esta ideia caiu em nossas mãos, imediatamente a literatura de cordel e a cotação de nossa própria história contagiou todo o grupo, desde a leitura do texto a identificação foi total, a construção dos personagens, o figurino , as marcações,  tudo foi nos aproximando da cultura popular. A palavra rimada do cordel, a fala ritmada, a dinâmica do verso, a leveza e a música entraram em nossas vidas.  Hoje a identidade do grupo é a literatura de cordel e a cultura popular.

 

Junto com a literatura de cordel veio a comédia e a busca do aprimoramento, da compreensão estética, da fé cênica, da evolução da interpretação, do crescimento profissional. Tudo isso transformou-nos, conduziu-nos por muitos e variados caminhos. Novos textos, novas plateias, novas experiências e assim a Cia de Teatro Mistura vai se firmando no cenário nordestino, muito mais comprometida com a arte e a Cultura Regional.

EQUIPE TÉCNICA

Gilberto Morais, Componentes da CTM e Neemias Gomes Ferreiras

AUTOR

Joilsom Melo e Rezinho Pereira

POESIAS

Gilberto Morais

DIREÇÃO, PRODUÇÃO, CENOGRAFIA, ILUMINAÇÃO

Gerry Cunha

DIREÇÃO MUSICAL

Jarbas Ési, Reginaldo Belo, Morão de Prinvitina, Marcelo e Gerri

TRILHA SONORA

Diego Quinteiro

DIRETOR

Lucimario Alves

FOTOGRAFIA

Joyce Farias

EDIÇÃO E PROJETÇÃO

Ananias SerraNegra

Danilo Banga

Diego Quinteiro

Franciele Nunes

Gerri Cunha

Gleza Souza

Keilane Nogueira 

ELENCO 

AS LENDAS DO VELHO CHICO É um espetáculo que retrata os contos, histórias, causos e lendas de Ibotirama e outras cidades ribeirinhas que são banhadas pelo Rio São Francisco. Para fortalecer a cultura popular nas margens do Rio, o texto tem poemas em literatura de Cordel. Negro D’ Água – A Mulher de Sete Metros e o Vapor Encantado.
Essas e muitas outras lendas, causos e histórias que passaram e passam de geração em geração, criadas ou não, são para ilustrar e enriquecer a importância do folclore e do meio ambiente nas regiões do vale do São Francisco, que agora serão contadas e ilustradas com a magia e o encanto que tem o teatro Ibotiramense cheio de musicas populares.

Apresentação das Lendas e Mitos

O Mito existe desde que o homem descobriu que ele não sabia tudo, que ele não dominava tudo, que ele não abarcava o todo. Que a vida não lhe pertencia. Ou seja, desde milhões de anos atrás.

Entre nós, habitantes da Terra Brasilis, os índios já cultivavam seus mais incríveis mitos e lendas, claro que não eram esses nomes!

Depois, os invasores europeus trouxeram a mitologia grega e os negros, como escravos, resistiram com suas mitologias africanas.

Mas, como o Brasil é um país-continente, em cada região desta imensa nação existem seus maravilhosos mitos e lendas próprios...

Portanto, tudo que a sabedoria popular coletivamente constrói e acredita, mesmo que não exista concretamente, chamamos de mitos ou lendas.

Da mitologia grega:

Zeus, Afrodite, hercules, prometeu, etc;

Da mitologia africana:

Iansã, Oxosi, Exu, Euá, Omolum, etc;

Da mitologia indígena:

O Boitatá, o Boto, o Curupira, Caipora, etc;

Renaildo Pereira (Reizinho)

Historiador e Professor

Pois, aqui, nas barrancas do Velho Chico também temos nossos mitos e   lendas.

Porque, humildemente, o homem não sobrevive sem eles: um amigo o culto a lhe ajudar; um protetor infalível para lhe guiar; um deus piedoso para lhe guardar.

Assim como a música, a poesia, o teatro, a pintura... O que seria do mundo se elas não existissem...

Ainda hoje, o homem não conseguiu viver desconsiderando o Sagrado, fazendo vista grosso pro Desconhecido, ocultando o Misterioso, desprezando a “Força Estranha”, o “invisível”, porém sempre muito previsível...

E nas suas mais extensas margens este Ma(r)jestoso espalha seus Encantos, seus Encantamentos, seus Encantados, que alimentam a alma coletivo deste povo crente e cantador, como a água sagrada que mata a sede do seu dia a dia.

Sendo assim, o protetor do rio, é o Cumpadre D água. Dono da pesca e do pescador.  O companheiro inseparável nas noites solitárias dos pescadores humildes desta Beira de Rio Profundo.

Para além da imaginação, temos também o Vapor, que de tanta vida encantou-se, que de tanta sorte, evaporou-se na sua própria chaminé, não ultrapassando a mágica Pedra Preta.

Sem contar as lindas Carrancas Feias das proas dos barcos, guardiã dos pescadores, que além de proteger os barcos dos maus espíritos, ainda afasta as tempestades fatais...

Mas, tudo isso era muito mais forte, tinha muita mais magia e mistério no tempo que a cidade vivia de frente pro “Margestoso” São Francisco.

...E QUEM DUVIDARÁ QUE A VIDA NÃO É A MAIS ENIGMÁTICA DE TODAS LENDAS E A MORTE O MAIOR DE TODOS OS NOSSOS MITOS...

Breve histórico

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