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A Chegada de Lampião no Céu e No Inferno 

A Companhia de teatro mistura

Vem das barrancas são franciscana

Impulsionado pela arte, apresenta

Lendas, contas, cordéis e dramas

Agora em sua cidade

Convida a todos, coisa e tal

Somos nos, filhos de Ibotirama!

 

A peça em cartaz, relata

O famoso mito do sertão

Conta José Pacheco e Rodolfo

A história: a morte de lampião,

A chegada no céu e no inferno

Como a caatinga no inverno

Não percam esta apresentação.

O espetáculo A Chegada de Lampião no Céu e no inferno, coloca o rei do cangaço, cabra macho, o maior do sertão, em situação inusitada mesmo depois da morte. Lampião procura guarida no inferno, local que deveria ser tenebroso, porém o mesmo encontra-se em crise, e ao adentrar o ambiente, percebe que o diabo é diferente, meio delicado, figura pitoresca, ao se esbarra com o tinhoso ou tinhosa, a confusão é certa, aprontou tanto em vida que nem o diabo quer aceita-lo. Depois de ser expulso foi parar no Céu, com anjos loucos, nossa senhora histérica e um Jesus regueiro, que não o julgou nem levou para o purgatório e sim encaminhando lampião ao pior lugar para pagar seus pecados a terra.

Sinopse 

O CANGAÇO NO TERRITÓRIO BRASILEIRO

No final do século XIX, no nordeste brasileiro, forjou-se um fenômeno social independente que ficou conhecido como O CANGAÇO, que não pretendia tomar o poder, mas buscava fazer justiça com as próprias mãos. O nordeste brasileiro, primeira região a ser explorada pelos colonizadores europeus, depois da decadência da cana-de-açúcar e da mudança da capital de Salvador para o Rio de Janeiro, tornou-se terra sem lei, onde a “justiça” de vida e morte era executada pelos coronéis. Donos das terras e do poder político, realizavam as eleições da República Velha (1889-1930) através do voto de cabresto. Aliada a uma eterna situação de seca, desemprego, fome, injustiça e miséria e sem nenhuma perspectiva mudança social, alguns homens e mulheres daquele momento histórico resolveram formar, para combater tal situação, grupos de cangaceiros independentes. No decorrer do tempo, começaram a ganhar força e representatividade esses grupos de rebeldes justiceiros, que de forma organizada travavam vários combates contra os poderes oligárquicos: jagunços a mando de coronéis e as “volantes” a mando do governo. Para além desta realidade, começa a ganhar “fama” o Bando de Lampião, liderado por Virgulino Ferreira. O Bando chegou a ter na década de 20|30, do século XX, em torno de 40 a 80 componentes. Vivia no sertão nordestino, onde governava com regras, normas, disciplinas e leis próprias. Assim como Lampião, sua companheira Maria Bonita e seus fiéis escudeiros Corisco e Dadá, adotaram “nomes de guerra”. Apesar de toda violência cometida pelos bandos contra seus inimigos e vice-versa, internamente cultivavam uma vida regada com a verdade da palavra, muita música, muita dança e muita festa. No registro musical, Volta Seca, membro do Bando, compôs a música Acorda Maria Bonita e junto com Lampião, Mulher rendeira;  na dança, o Cangaço é o criador do xaxado, dançado ainda hoje nos folguedos nordestinos; vaidosos, usavam perfume francês; religiosos; rezavam o Terço todas as manhãs. Além de criarem um figurino original e próprio, mais tarde adotado pelo Rei do Baião, Luiz Gonzaga. O Cangaço teve fim com as mortes dos principais líderes do Bando de Lampião, numa emboscada na Fazenda Angicos, no sertão Sergipano, onde todos tiveram as cabeças cortadas (1938) e expostas à população durante décadas.

Movimento fundamental para a compreensão da história do Brasil e, ainda hoje, muito mal compreendido e consequentemente ainda muito discriminado pelos livros didáticos e pela sociedade de modo geral.

Renaildo Pereira (Reizinho)

Historiador / Professor

Ibotirama Bahia 2104

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BREVE HISTÓRICO

O texto é uma adaptação de livretos de cordel de José Pacheco, Rodolfo Coelho e João José da Silva. O espetáculo envolve a cultura popular com suas danças, musicas e poesia, é dirigida por Gilberto Morais, Sanfoneiro Gerri Cunha e Jurandyr Myranda que também integra o elenco com Ananias Araújo, Danilo Dias, Diego Quinteiro, Franciele Nunes, Fabio Eugênio, Marcus Vinicius e Rafaela Cruz.

 

A Chegada de Lampião no Céu e no Inferno, foi o marco divisor de água para a Cia Teatral Mistura, foi um achado que transformou o fazer teatral da trupe e consequentemente da produção teatral de Ibotirama. Internamente o grupo pedia mais, então decidimos irmos em busca de um referencial para o grupo, estudamos vários textos, fizemos várias experiências. A comédia era um viés, mas, sempre foi muito difícil encaixarmos no “time” o que humor sugeria. Um belo dia o texto A Chegada de Lampião no Céu e no Inferno dos poetas cordelistas José Pacheco e Rodolfo Coelho caiu em nossas mãos, imediatamente a literatura de cordel contagiou todo o grupo, desde a leitura do texto  a identificação foi total,  a construção dos personagens, o figurino , as marcações,  tudo foi nos aproximando da cultura popular. A palavra rimada do cordel, a fala ritmada, a dinâmica do verso, a leveza e a música entraram em nossas vidas.  Hoje a identidade do grupo é a literatura de cordel e a cultura popular. Junto com a literatura de cordel veio a comédia e a busca do aprimoramento, da compreensão estética, da fé cênica, da evolução da interpretação, do crescimento profissional. Tudo isso transformou-nos, conduziu-nos por muitos e variados caminhos. Novos textos, novas plateias, novas experiências e assim a Cia de Teatro Mistura vai se firmando no cenário nordestino, muito mais comprometida com a arte e a Cultura Regional.

EQUIPE TÉCNICA 

Gilberto Morais

ADAPTAÇÃO DE TEXTO

 

José Pacheco, Rodolfo Coelho e João José da Silva

POESIAS DE LITERATURA DE CORDEL

 

Gilberto Morais

DIREÇÃO, PRODUÇÃO, CENOGRAFIA, ILUMINAÇÃO

Diego Quinteiro

DIREÇÃO DE ELENCO

Gerry Cunha

DIREÇÃO MUSICAL

Lucimario Alves

FOTOGRAFIA

Gilberto Morais

Ananias SerraNegra

Danilo Banga

Diego Quinteiro

Franciele Nunes

Gerri Cunha

Gleza Souza

Keilane Nogueira 

ELENCO 

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